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Composição Lettering "Os caminhos da Liberdade Religiosa em Portugal"  

(...) Se há domínio em que devemos preservar o estado das coisas vigente em Portugal, e devemos prevenir quaisquer riscos que possam perturbar esse estado de coisas, esse é o domínio da liberdade religiosa e do diálogo entre religiões. Portugal é hoje um país de pluralismo religioso, acolhendo uma religião estatisticamente maioritária, a católica, reconhecendo essa especificidade da religião e da Igreja Católica em Portugal, e, ao mesmo tempo, protegendo a liberdade de expressão, de crença e de culto de todas as religiões.

Temos uma Comissão para a Liberdade Religiosa, que agrupa as diferentes religiões e constitui uma plataforma muito importante de concertação, diálogo e harmonia. 

(...) Se há domínio em que devemos preservar o estado das coisas vigente em Portugal, e devemos prevenir quaisquer riscos que possam perturbar esse estado de coisas, esse é o domínio da liberdade religiosa e do diálogo entre religiões. Portugal é hoje um país de pluralismo religioso, acolhendo uma religião estatisticamente maioritária, a católica, reconhecendo essa especificidade da religião e da Igreja Católica em Portugal, e, ao mesmo tempo, protegendo a liberdade de expressão, de crença e de culto de todas as religiões.

Temos uma Comissão para a Liberdade Religiosa, que agrupa as diferentes religiões e constitui uma plataforma muito importante de concertação, diálogo e harmonia. 

Ora, esta situação de pluralismo tranquilo e diálogo fecundo entre as diferentes religiões, que caracteriza Portugal, é um ativo fundamental, que devemos constantemente robustecer e preservar. 

Não admira, portanto, que, já em 2019, a Assembleia da República tenha considerado o dia da aprovação da Lei da Liberdade Religiosa de 2001, 22 de junho, o Dia Nacional da Liberdade Religiosa e do Diálogo Inter-religioso. E todos os anos o assinalamos, através de intervenções públicas e da aprovação de votos de saudação. 

Em 2023, decidimos densificar um pouco mais a celebração da efeméride; e propusemos à Comissão da Liberdade Religiosa e também ao Grupo de Trabalho para o Diálogo Inter-religioso, que funciona no Alto Comissariado para as Migrações (agora, Agência para a Integração, Migrações e Asilo), que juntássemos esforços e empreendêssemos conjuntamente três grandes iniciativas ao longo de todo o ano. 

A primeira é um ciclo de três colóquios: um dedicado à Lei da Liberdade Religiosa; outro, à problemática da liberdade de expressão versus liberdade de religião; e outro, à natureza das religiões como património cultural da humanidade.

A segunda iniciativa é a publicação de um livro, reunindo comunicações apresentadas nos colóquios e outros textos sobre a temática da liberdade religiosa. 

A terceira iniciativa é a realização de uma exposição, nas instalações da Assembleia da República, sobre a liberdade religiosa em Portugal. 



Uma exposição que divulgue os marcos essenciais do pensamento público, em Portugal, sobre as questões da liberdade religiosa, na época contemporânea e até a aprovação da lei de 2001; e, subsequentemente, a sua concretização. Uma exposição que documente também as atitudes e os posicionamentos das diferentes confissões religiosas, em torno do respeito pela liberdade e o incentivo ao pluralismo e ao diálogo inter-religioso; e mostre também a forma como a liberdade de religião se encaixa no regime de direitos, liberdades e garantias, isto é, nos direitos fundamentais. Designadamente, porque a liberdade de religião nas democracias é a liberdade de ter, exprimir e praticar uma religião, e é ainda a liberdade de não ter religião, de criticar as religiões, de mudar de religião.

O espírito desta exposição (...) é incentivar a reflexão pública sobre a liberdade religiosa; e sensibilizar os atores políticos e o conjunto da sociedade portuguesa para a enorme riqueza que significam o pluralismo religioso e o diálogo entre religiões. 



Uma coisa é certa: no coração de uma democracia parlamentar estão as questões ligadas aos direitos fundamentais. Entre elas, as ligadas à liberdade de crenças e cultos, ao pluralismo religioso e ao diálogo inter-religioso. E o debate político deve ser acompanhado e enriquecido pelo conhecimento e a reflexão do maior número possível de pessoas, especialistas e leigos, cidadãos em geral, sobre esta problemática tão essencial para a definição da nossa vida pessoal e coletiva; e tão importante para que a convivência entre todos, baseada na liberdade, na igual dignidade e no respeito pelas diferenças, possa continuar a frutificar. 

Augusto Santos Silva, Presidente da Assembleia da República