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29.03.2018 |  Condecoração de António da Cunha Telles

Por proposta do Presidente da Assembleia da República, formulada nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 47.º da Lei n.º 5/2011, de 2 de março, o Presidente da República concedeu no passado dia 27 de março, em Cerimónia de Agraciamento, o Grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique ao realizador e produtor de cinema António da Cunha Telles, nome maior da cultura portuguesa, pelos relevantes serviços que prestou a Portugal, no País e no Estrangeiro, para o conhecimento de Portugal, da sua História e dos seus valores.

A proposta do Presidente Eduardo Ferro Rodrigues, que mereceu a concordância do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, permitiu colmatar uma omissão no reconhecimento do papel único que, para a cultura portuguesa, assumiu, e assume, António da Cunha Telles.

António Alexandre Cohen da Cunha Telles, nascido no Funchal, em 26 de fevereiro de 1935, é um cineasta, produtor e distribuidor, por todos reconhecido como um dos iniciadores do Novo Cinema português, a par de Paulo Rocha ou Fernando Lopes.

Cunha Telles inicia os seus estudos em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, dedicando-se mais tarde ao cinema, em Paris (cidade onde se instala em 1956), no Institut des Hautes Études Cinematographiques, em que se diploma em 1961. No seu regresso a Portugal, Cunha Telles dirige o jornal Imagens de Portugal, assumindo funções diretivas nos Serviços de Cinema da Direção-Geral do Ensino Primário.

Em 1962, estreia-se com o documentário Os Transportes, que realiza por encomenda daquela Direção-Geral, e com o qual se inicia como produtor.

É a produção de Os Verdes Anos, de Paulo Rocha (1963), e de Belarmino, de Fernando Lopes (1964), que o tornam indissociável do movimento Novo Cinema. Em 1969, Cunha Telles volta à realização, com a longa-metragem O Cerco, concluída em 1970.

Por esses anos, funda a Animatógrafo, distribuidora que seria responsável pela revolução a que se assistiu no panorama cultural nacional, dando a conhecer ao público português nomes como Bertolucci, Glauber Rocha, Oshima ou Karmitz. Ainda nos anos 70 do século passado, Cunha Telles realiza os filmes Meus Amigos (1974), As Armas e o Povo (1975) – este coletivamente – e Continuar a Viver (1976).

Cunha Telles volta à produção em 1983, associando-se à sua filha Pandora da Cunha Telles na Filmes de Fundo, na qual se vem dedicando a produções próprias [Vidas (1984), Pandora (1996) ou Kisse Me (2004)] e à execução de produções nacionais (de obras de realizadores como Fonseca e Costa, Joaquim Leitão ou António Pedro Vasconcelos) e de filmes estrangeiros parcialmente rodados em território nacional.

Crédito das imagens: Presidência da República.