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​​​Intervenção do ​Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, no Dia do Município de Terras de Bouro​

​​20 de outubro de 2024


Senhor Ministro da Agricultura e Pescas, Eng.º José Manuel Fernandes,

Senhor Presidente da Câmara Municipal, Manuel João Sampaio Tibo,

Ilustres Homenageados e Homenageadas,

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

 

Tenho muito gosto em estar hoje convosco, a celebrar o Dia do Município de Terras de Bouro.

No Minho, sinto-me em casa. Apesar de ter nascido no Porto, tenho raízes em Guimarães.

Conheço bem estas terras.

Terras de gente honesta e trabalhadora. Orgulhosa do seu passado e das suas tradições.

Gente que valoriza os laços familiares e a comunidade.

Gente empreendedora, que trabalha para viver melhor, mas que cuida de quem mais precisa.

Acredito que os valores do Minho fazem falta a Portugal. Mas também ao sistema político.


Caros Amigos,​

Desde o início do mandato, assumi o compromisso de abrir o Parlamento aos cidadãos.

Quero que a Assembleia esteja aberta a todos, para que possam sempre visitar o Parlamento e conhecer a sua Casa.

Quero que os Municípios se desloquem mais vezes ao Parlamento. Para mostrar o que têm de melhor. Para partilhar a sua cultura e os seus produtos. Para falar dos seus desafios e projetos. Para conhecer a Casa da Democracia.

Quero um Parlamento aberto. Acolhedor. Empenhado em aprender com o país real.

Mas sei que, para aproximar o Parlamento das pessoas, não basta abrir as portas. É preciso estar onde estão as pessoas. É preciso criar proximidade com os cidadãos.

E é por isso, como Presidente da Assembleia da República, tenho assumido uma agenda intensa de deslocações pelo território nacional e junto das comunidades portuguesas na diáspora.

Quero estar com as pessoas. Quero levar o Parlamento onde as pessoas estão.


Caros Amigos,

Não ignoro que há muita gente desiludida com a política.

Gente que desistiu de votar – aqui, em Terras de Bouro houve 35% de abstenção nas últimas eleições legislativas.

Gente que desistiu de acompanhar as notícias. Que acha que os políticos são todos iguais. Que desconfia nas instituições.

Foi também por causa dessas pessoas que decidi vir hoje a Terras de Bouro.


Bem sei que o sistema político não é perfeito.

Precisa sempre de ser cuidado, melhorado, reformado. Mas as reformas só acontecem quando os cidadãos se envolvem.

A democracia não é fácil. Dá trabalho. Leva tempo. Exige que ouçamos os outros. Tem regras e procedimentos próprios. Mas tudo isto vale a pena.

A democracia é a arte de vivermos juntos, em sociedade. Mesmo quando discordamos. A arte do diálogo. Do debate de ideias. Do respeito cívico. Da construção de soluções.

Tudo isto vale a pena. Não é fácil, mas vale a pena.


Queria, por isso, deixar um apelo à participação cívica e política de todos.

Precisamos das vossas vozes. Do vosso envolvimento. Das vossas ideias. Da vossa experiência de vida.


Caras amigas e caros amigos,

Celebramos hoje os 510 anos da Carta de Foral de Terras de Bouro.

Um ato político que aconteceu há muitos séculos, noutro regime, mas que deu autonomia concelhia à vila de Terras de Bouro.

Estamos aqui, como herdeiros de uma decisão política com 510 anos. É este o impacto que a política pode ter.

E, porque acredito na política; porque quero que a cerimónia de hoje tenha eco no Parlamento, irei propor ao Plenário da Assembleia da República um voto de congratulação pelos 510 anos da Carta de Foral de Terras de Bouro.

É um gesto simbólico, mas acredito na sua importância.


A cerimónia de hoje faz-nos olhar para o passado, para o presente e para o futuro.

No passado, encontramos as nossas referências. Como a Carta de Foral, que hoje evocamos. Ou como as grandes figuras de Camões e de Vasco da Gama, cujos 500 anos estamos a celebrar.

No presente, convivemos com testemunhos importantes, como o daqueles que hoje vão ser homenageados pela sua dedicação à causa pública, pelo seu mérito e pela sua colaboração com o Município de Terras de Bouro. A todos cumprimento e agradeço pela vossa dedicação cívica.

Por fim, olhamos para o futuro. Com ambição e rasgo. Com realismo e experiência. Sem esquecer as lições da História, é o futuro que queremos construir.

É pelo futuro que estamos aqui.

Muito obrigado! 

Disse.