Foi com sentido pesar que recebi a notícia do falecimento, aos 80 anos, de Gastão Cruz, um dos nomes mais marcantes da poesia portuguesa, tendo contribuído decisivamente para a renovação da sua linguagem.
Nascido em Faro e licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Gastão Santana Franco da Cruz, além de poeta – com obra publicada desde 1961, com A Morte Percutiva, que evidenciava já um afastamento das correntes neorrealista e surrealista que marcaram as gerações anteriores, revelando uma escrita densa, de solida coerência formal, que o passou a caracterizar –, foi também um importante ensaísta, como o demonstrou em A Poesia Portuguesa Hoje, de 1973, ou, mais recentemente, em 2008, com A Vida da Poesia — textos críticos reunidos.
Gastão Cruz foi, ao longo da vida, distinguido com inúmeros galardões, como o Grande Prémio de Poesia CTT ou o Grande Prémio de Poesia Maria Amália Vaz de Carvalho, atribuídos pela Associação Portuguesa de Escritores (APE).
Em 2019, Marcelo Rebelo de Sousa outorgou-lhe o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Em meu nome e em nome da Assembleia da República endereço as mais sentidas condolências à Família enlutada e Amigos.
Eduardo Ferro Rodrigues
Presidente da Assembleia da República