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15.03.2022 |  Presidente da Assembleia da República evoca Jorge Silva Melo

Recebi com profunda tristeza a notícia do falecimento, aos 73 anos, de Jorge Silva Melo, figura maior do teatro e do cinema contemporâneo português, por quem tinha muita estima.

Encenador, dramaturgo, cineasta, ator, escritor, crítico, cronista, Jorge Silva Melo foi fundador de duas das mais importantes companhias nacionais, o Teatro da Cornucópia e os Artistas Unidos,

Como dramaturgo, assinou várias peças incontornáveis, incluindo Seis Rapazes Três RaparigasAntónio: Um Rapaz de LisboaO Fim ou Tende Misericórdia de NósNum País Onde Não Querem Defender os Meus DireitosEu Não Quero Viver ou O Navio dos Negros.

Além do teatro, Jorge Silva Melo tinha também uma paixão pelo cinema, não só como crítico, atividade que iniciou ainda adolescente, mas sobretudo como cineasta, tendo realizado algumas das obras mais relevantes do pós-25 de Abril, como Passagem ou A Meio CaminhoNinguém Duas VezesAgosto ou Coitado do Jorge.

A colaboração de Jorge Silva Melo com a Assembleia da República foi significativa: em 2003, apresentou A Forma Justa: Cada Dia e Cada Um, a Liberdade e o Reino, a partir de discursos proferidos na Assembleia da República, por ocasião do Comemorações do Centenário da Sala das Sessões; em 2004, o recital de poesia e música no âmbito as Comemorações dos 30 anos do 25 de Abril; em 2009, a peça O Peso das Razões, de Nuno Júdice, incluída nas Comemorações do Bicentenário do Nascimento de José Estêvão, parlamentar do século XIX; e, em 2016, o espetáculo Nesta Hora Primeira, inserido nas Comemorações dos 40 Anos da Constituição, alusivo à Assembleia Constituinte e ao período político de 1975-1976, com texto e encenação suas e produção dos Artistas Unidos.

Intelectual fulgurante, a sua ausência será fortemente sentida no panorama cultural português, mas igualmente no seu público e admiradores, entre os quais me incluo.

Jorge Silva Melo foi, ao longo da sua vida, objeto de múltiplas distinções, tendo sido agraciado, em 2004, com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade.

No momento do seu desaparecimento, endereço, em meu nome e em nome da Assembleia da República, as mais sentidas condolências à sua família, amigos e a todos quantos com ele trabalharam, em especial nos últimos anos nos Artistas Unidos.

 

Eduardo Ferro Rodrigues

Presidente da Assembleia da República