Foi com sentido pesar que recebi a notícia do falecimento, aos 92 anos, de Fernando Echevarría.
Nascido em Espanha, em 1929, filho de pai português e mãe espanhola, Fernando Echevarría Ferreira veio para Portugal em 1953, para logo em 1961 se ter de exilar, por razões políticas, em Argel e Paris, antes de regressar, já na década de 1980.
Antifascista desde muito cedo, Fernando Echevarría aderiu ao Movimento de Ação Revolucionária (MAR) e à Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN), antes de fundar, com Emídio Guerreiro e Hermínio da Palma Inácio, a LUAR (Liga de Unidade e Ação Revolucionária).
Mas é sobretudo na poesia que Fernando Echevarría deixa a sua marca, através de uma sólida e singular obra, de forte dimensão filosófica, denunciando os estudos de Filosofia e Teologia em Espanha, no seminário de Astorga.
Da sua vasta obra, destaca-se Introdução à Filosofia, Prémio de Poesia do Pen Club em 1982, Obra Inacabada, Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen em 2007, ou Sobre os Mortos e Lugar de Estudo, Prémio da Associação Portuguesa de Escritores em 1991 e em 2010.
Fernando Echevarría foi também distinguido com o grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em 2007, pelo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.
Em meu nome e em nome da Assembleia da República endereço as mais sentidas condolências à Família enlutada e Amigos.
Eduardo Ferro Rodrigues
Presidente da Assembleia da República