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06.08.2020 |  Mensagem de Pesar do Presidente da Assembleia da República

Recebo, com muita tristeza, a notícia do falecimento de Fernanda Lapa.

O percurso de Fernanda Lapa confunde-se com o do teatro português contemporâneo, de que era uma mais figuras mais conceituadas e queridas do público.

Atriz, encenadora, dramaturgista, o teatro era a sua paixão e a sua vida, apesar de muitas e relevantes participações na televisão e no cinema.

Nascida em 1943, o seu percurso artístico inicia-se no Teatro dos Alunos Universitários de Lisboa, em 1962. No ano seguinte, funda a Casa da Comédia, onde se estreia também como encenadora, em 1972.

Aprofundando estudos em Varsóvia, Breslávia e Cracóvia, desenvolveu, a partir de 1979, um longo percurso nas áreas pedagógicas do Teatro e do Cinema, que culminam em 2012, ano em que cessa funções como Professora Catedrática Convidada e Diretora do Conselho do Departamento de Artes Cénicas da Universidade de Évora.

A respeito das Comemorações Nacionais do Centenário de Bernardo Santareno (1920 – 2020), que Fernanda Lapa coordenava desde 2019, e a que a Assembleia da República se associou desde a primeira hora, tive o gosto de a receber no Parlamento, testemunhando, na ocasião, a sua entrega e dedicação às artes.

O legado de Fernanda Lapa é, sobretudo, o seu enorme contributo para a afirmação do papel da mulher na sociedade portuguesa, e para a desconstrução da imagem estereotipada e idealizada da mulher no Teatro. Até se ouvir a sua voz, quase nenhum texto de autoria feminina era representado e poucas eras as encenadoras em atividade, tendo Fernanda Lapa sido fundamental para a afirmação e valorização da mulher nas artes cénicas em Portugal.

À sua Família e Amigos, bem como à Escola de Mulheres – Oficina de Teatro apresento, em meu nome e em nome da Assembleia da República, as mais sentidas condolências.

Eduardo Ferro Rodrigues

Presidente da Assembleia da República

Fotografia: João Miguel Rodrigues