
De autor desconhecido, lembrando o de Joaquim Rafael na Academia de Belas Artes, este retrato de D. Maria II apresenta a soberana de corpo inteiro, em pé, num interior palaciano de elevada dimensão cenográfica, ainda dentro de uma estética barroca assaz tardia onde predominam os veludos vermelhos e os dourados, bem como os avultados panejamentos e reposteiros, e toda uma panóplia de atributos régios que a torna iconograficamente reconhecível (trono, coroa, diadema e cetro).
A rainha sobressai do fundo escuro pelo acentuado volume, pela disposição central que ocupa na composição, pela alvura da tez e do trajo, que enfatizam ainda mais a corpulência. Representada em frente ao busto de D. Pedro IV, e apoiando a mão esquerda sobre a Carta Constitucional, parece justificar as atitudes tomadas durante a sua regência a favor da 2.ª Constituição portuguesa, outorgada por seu pai em 1826.