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Abolição das Touradas (1911) - Projeto de Lei de Fernão Boto Machado


Abolição das Touradas (1911) - Projeto de Lei de Fernão Boto Machado


MACHADO, Fernão Boto – Abolição das touradas. Lisboa : Typografia Bayard, 1911. 16 p. Cota: 104/11.

Este tema não nasceu de protestos ou interesses do século em que vivemos. A abolição ou proibição das touradas remonta ao século XVI, tendo sido ao longo dos séculos polémica a sua aplicação. Em Portugal, foi implementada algumas vezes, mas com pouca durabilidade e cumprimento e, em 1911, encontramos mais um momento deste devir histórico que pretende aplicar novamente a sua abolição através do presente projeto de lei que, em seis artigos, tem a pretensão de tornar ilegal a realização de touradas em território português. Projeto controverso e aproximando-se muito dos motivos atuais, nele o autor apresenta como argumentos que «as corridas de touros, mesmo embolados, tais como se fazem entre nós, representam - não é possível negá-lo - uma sobrevivência bárbara dos costumes selvagens de outras eras, e já hoje se não admitem nas nações mais progressivas e civilizadas. Esse cruel e perigoso sport só é defendido, nos nossos dias, ou por interesses de exploração, ou por afficionados del redondel, mas sem fundamentos que o justifiquem, e sem sequer razões que o desculpem.»

Esta obra pode ser consultada em formato digital.

 


Fernão Boto Machado


Fernão Boto Machado
Arquivo Histórico Parlamentar

Fernão do Amaral Boto Machado (1865-1924), Deputado à Assembleia Nacional Constituinte de 1911 pelo Círculo Ocidental de Lisboa.

Nascido em Gouveia a 20 de julho de 1865, foi solicitador de profissão e republicano socialista. Era irmão de Pedro do Amaral Boto Machado, que participou na Revolta de 31 de Janeiro de 1891, no Porto. Esteve envolvido em polémicas contra o regime monárquico, o que lhe valeu a emigração forçada para França. Foi iniciado maçon em 1893, na loja Cavalheiros da Verdade, de Lisboa, com o nome simbólico de José Falcão.

Com a implementação da República, foi nomeado Diretor-Geral da Assistência Pública, cargo que acabou por abandonar para assegurar o assento parlamentar, tendo sido eleito Deputado à Assembleia Nacional Constituinte pelo círculo de Lisboa Ocidental em 1911, a cujo mandato renunciou em março do ano seguinte.

Em 1911, foi nomeado enviado extraordinário e ministro plenipotenciário na Argentina e cônsul geral no Rio de Janeiro, tendo este último cargo sido desempenhado até julho de 1913. Foi destacado para a legação portuguesa do Panamá a partir de setembro de 1913, onde se manteve até 1918. Entre 1919 e 1924, foi ministro em Tóquio.

Exerceu a profissão de jornalista em vários jornais e dirigiu O Mundo Legal e Judiciário. Publicou diversas obras.

A 3 de novembro de 1924, morreu em Lisboa.