José Maria Xavier de Araújo
Jurista e magistrado. Nasceu em Arcos de Valdevez, em 14 de outubro 1777 (algumas fontes indicam 1786), no seio de uma família aristocrática, vindo a morrer no Porto, em 1858.
Bacharel em Cânones pela Universidade de Coimbra (em 1813), foi fidalgo da Casa Real e do Conselho de Sua Majestade.
Entrou para o Sinédrio em junho de 1820, altura em que ocupava o cargo de provedor da comarca de Viana do Castelo, sendo o décimo segundo elemento da associação.
Depois do triunfo da Revolução Liberal, de que deixou um registo memorial nas suas Revelações e Memórias para a História da Revolução de 24 de Agosto de 1820 e de 15 de Setembro do mesmo ano (Lisboa, 1846), integrou a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, como vogal representante da província do Minho, e depois a Junta Provisional Preparatória das Cortes.
Foi eleito deputado, pelo Minho, às Cortes Constituintes, onde pertenceu à comissão de petições e defendeu a organização do poder legislativo em duas câmaras.
Em 1823, após a Vilafrancada, exilou-se em Espanha, voltando ao país só depois de 1834, sendo então nomeado juiz do Tribunal do Comércio de segunda instância e daí transferido, em 1850, como desembargador, para o Tribunal da Relação do Porto.
Colaborou em publicações periódicas, como O Panorama ou a Revista Universal Lisbonense.
Foi membro da Sociedade Literária Patriótica.
Terá sido iniciado maçon, desconhecendo-se a loja e obediência a que pertenceu. Foi agraciado com a comenda da Ordem de Cristo.