No próximo dia 30 de janeiro, é eleita a Assembleia da República, que, nos termos constitucionais, é a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses, dotada de competências políticas, legislativas e de fiscalização.
Como é do conhecimento público, não serei candidato a este ato eleitoral, encerrando, assim, um ciclo da atividade política que iniciei ainda jovem, antes do 25 de Abril.
Neste final de mandato, e num dos últimos atos enquanto Presidente da Assembleia da República, quero apelar ao sentido cívico das Portuguesas e dos Portugueses para que não deixem de exercer o seu direito de voto – direito que tanto custou a conquistar e que só tem verdadeiro alcance universal desde o 25 de Abril, quando homens e mulheres passaram a poder votar em condições de igualdade.
As eleições são fundamentais em Democracia, pois são o momento em que todos somos chamados a participar e a decidir, livremente, quem nos irá representar.
Só em Democracia é possível escolher – e o voto é a forma como expressamos o que somos e manifestamos o que queremos para o nosso futuro coletivo.
É certo que estas eleições decorrerão ainda sujeitas às restrições impostas pela pandemia que tem fustigado o País, e os povos de todo o mundo, com as consequências trágicas e devastadoras de todos conhecidas.
No entanto, esta é uma situação que já vivemos, faz exatamente um ano, numa altura em que os efeitos da pandemia eram mais acentuados e gravosos, tendo, não obstante, o ato eleitoral de então decorrido com total normalidade, salvaguardando-se, em simultâneo, a segurança e a saúde de todos.
Mas nestas eleições voltaremos a ter ao nosso alcance uma solução cuja importância é de realçar: a possibilidade, mediante inscrição prévia, de se votar antecipadamente através do chamado voto em mobilidade, prevenindo grandes concentrações nas mesas de voto e eventuais situações de isolamento devido à COVID-19 na data das eleições.
Deixo aqui o meu repto para que se opte por esta modalidade de voto.
Seja em que modalidade for, reitero o meu apelo a todas as Portuguesas e a todos os Portugueses para que não deixem de participar no próximo ato eleitoral, pois votar é defender a Democracia e exercer, em plenitude, a nossa cidadania.
Votar é um direito e um dever. Não exercer esse direito é deixar em mãos alheias a escolha que só a cada um pertence. A escolha do nosso futuro individual e coletivo.
Eduardo Ferro Rodrigues
Presidente da Assembleia da República