A decoração da luneta na parede da Presidência da Sala das Sessões dos Deputados foi encomendada ao pintor
José Maria Veloso Salgado pela Comissão Administrativa do Congresso da República, em novembro de 1919. Veloso Salgado apresentou duas propostas: uma alegoria representando a Lei e as Forças Produtivas da Nação e outra ilustrando uma reunião das Cortes Constituintes na Livraria do Convento das Necessidades, em 1821. A escolha recairia sobre esta última proposta.
Alegoria à Lei e às Forças Produtivas da Nação, c. 1919-1920, óleo sobre tela, Divisão Museológica e para a Cidadania da Assembleia da República(DMC-AR).
Esboço da pintura "As Cortes Constituintes de 1821”, c. 1919-1920, óleo sobre tela, DMC-AR.
Identificação das figuras retratadas na pintura a óleo sobre tela da luneta da presidência da Sala da Câmara dos Deputados, DMC-AR.
Pintura de Veloso Salgado representando as Cortes Constituintes de 1821.
Ao centro da pintura, destaca-se a figura de Manuel Fernandes Tomás sobre um estrado revestido de tecido vermelho, com a mão esquerda elevada. Atrás de si, e também sobre o estrado, está uma mesa igualmente revestida de veludo vermelho com barra inferior debruada a ouro, à qual estão sentados três personagens masculinos, estando o do meio vestido também de vermelho - o
Arcebispo de S. Salvador da Baía, Frei Vicente da Soledade. Do lado esquerdo da composição, vê-se um homem de sobrecasaca, debruçado sobre a mesa. À sua esquerda, agrupam-se 11 homens, 9 dos quais sentados e os restantes de pé, todos voltados para o personagem central. Do lado direito da composição, agrupadas em semicírculo desde as traseiras da mesa, estão esboçadas cerca de 35 personagens masculinas sentadas e de pé, também voltadas para o personagem central. Atrás delas, distribuídas por bancadas dispostas em anfiteatro, encontra-se esboçada uma multidão.
No plano de fundo, encontra-se um cadeirão dourado, vazio, que simboliza a ausência do rei no Brasil.
Para a elaboração da obra, concluída em 1923, foram realizados diversos estudos em carvão sobre papel e a óleo sobre tela.
Estudos de retratos para a tela “Cortes Constituintes de 1821” – Bernardo Sepúlveda, José da Silva Carvalho, José Barreto Feio, José Ferreira Borges, Manuel Fernandes Tomás e Manuel Borges Carneiro, 1920, carvão sobre papel, DMC-AR.
Tinteiro, 1920, DMC-AR.
Cadeira, 1920.
Retrato de Matias José Dias Azedo, 1920, DMC-AR.
Retratos de José Melo Castro, Francisco B. Pereira e Barão de Molelos, 1920, DMC-AR.
Retratos de José da Silva Carvalho e João da Cunha Sotomaior, 1920, DMC-AR.
Retratos de Roque Castelo Branco, José F. Borges e Conde de Sampaio, 1920, DMC-AR.
Retratos de Basílio Alberto de Sousa Pinto e João Baptista Felgueiras, 1920, DMC-AR.
Retrato de Hermano José Braamcamp de Almeida Castelo Branco, 1920, DMC-AR.
Retrato de Tomé Rodrigues Sobral, 1920, DMC-AR.
Retratos de José Bastos, Francisco Pessanha e Tibúrcio Feio, 1920, DMC-AR.
Retratos do Marquês de Ponte de Lima, Marechal Vasconcelos e Sá, Tomás de Melo Breyner e José Jorge Loureiro, 1920, DMC-AR.
Representação de assistência nas galerias, 1920, DMC-AR.
Retrato de José Jorge Loureiro, 1920, DMC-AR.
Retrato do Arcebispo da Baía, 1920, DMC-AR.
Retratos do taquígrafo, de José Guerreiro, Sebastião Cabreira, F. de Barros Lima, Francisco Silva e José Saraiva, DMC-AR.
Retratos de 14 deputados constituintes, 1920, DMC-AR.
Retratos de José Ferreira de Moura, Agostinho José Freire e Manuel Borges Carneiro, 1920, DMC-AR.
Retratos de Francisco Simões Margiochi e Félix de Avelar Brotero, 1920, DMC-AR.
Estudo de retrato de deputado, 1920, DMC-AR.
Retrato de Manuel Borges Carneiro, 1920, DMC-AR.
Retrato de Manuel Fernandes Tomás, 1920, DMC-AR.