O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, manifesta o seu profundo pesar pela morte do Arquiteto Nuno Teotónio Pereira
Perdemos hoje um amigo de há mais de quarenta anos; camarada antes e depois do 25 de Abril, grande profissional, exigente e sempre entusiasmado com o presente e com o futuro.
Era um Homem bom.
Radical no choque com a ditadura, Nuno Teotónio Pereira ficará na nossa história coletiva como o revolucionário arquiteto.
Fiel à esquerda, mas, sobretudo, fiel à Liberdade, Nuno Teotónio Pereira foi um extraordinário arquiteto da Cidade.
Foi o Homem da Cidade.
O arquiteto que soube estar sempre presente, em todos os momentos, em todos os lugares.
O arquiteto que soube exemplarmente mostrar que a arquitetura é de pessoas e para as pessoas. Sempre com a mesma generosidade, com a ternura que todos sempre lhe reconheceram.
Foram mais de sessenta os anos dedicados à criação.
Do Edifício das Águas Livres, no dealbar da década de 50, ao Programa Polis da Covilhã, já no novo milénio, passando pelo emblemático Franjinhas, Nuno Teotónio Pereira foi sempre capaz de romper os cânones, e esse é, talvez, o legado que o seu risco sábio fará perdurar por gerações.
Nuno Teotónio Pereira foi também o Homem das sombras e das luzes que lhe chegavam à janela da sala da sua casa no Bairro de São Miguel, em Lisboa.
Luzes e sombras desta cidade, da Cidade, que nos farão ter sempre presente o Homem bom que hoje perdemos.
Em meu nome e como Presidente da Assembleia da República, endereço à família enlutada e em especial a Irene Buarque, companheira e amiga, o nosso sentido pesar.
Eduardo Ferro Rodrigues
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