Foi com profunda consternação que tomei
conhecimento do falecimento da Professora Maria de Sousa, vítima
de COVID-19, aos 81 anos.
Investigadora e professora catedrática de
imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da
Universidade do Porto, Maria de Sousa teve uma notável carreira académica e
científica, reconhecida internacionalmente, em que se incluem descobertas
fundamentais em imunologia, referentes à distribuição de linfócitos T nos
órgãos linfóides de mamíferos.
Mas Maria de Sousa era também escritora
e mulher de uma enorme cultura e humanidade, que insistia em sair da
academia e abraçar o mundo, visitando museus com os seus alunos e com eles
discutindo as obras em exibição.
Ao longo da sua carreira, Maria de
Sousa foi objeto de múltiplas distinções, como o Grande Prémio Bial de
Medicina em 1995, o Prémio Estímulo à Excelência em 2004 e a Medalha de Ouro de
Mérito Científico em 2009, ambos atribuídos pelo Ministério da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior, e, ainda, o Prémio Universidade de Coimbra 2011.
Mais recentemente, recebeu o Prémio Universidade de Lisboa 2017.
Foi igualmente condecorada por três
Presidentes da República: em 1995 por Mário Soares, com o grau
de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique; em 2012 por
Aníbal Cavaco Silva, com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de
Sant’Iago da Espada; e em 2016 por Marcelo Rebelo de Sousa, com
a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Neste momento de dor, transmito à
Família enlutada, em meu nome e em nome da Assembleia da República, a
manifestação do mais sentido pesar.
Eduardo Ferro Rodrigues
Presidente da Assembleia da República