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19.11.2019 |  Mensagem de Pesar pelo falecimento de José Mário Branco

Foi com grande consternação que acabei de saber do falecimento, aos 77 anos, de José Mário Branco.

José Mário Branco é inquestionavelmente um dos maiores nomes da canção portuguesa, num percurso que começou muito antes do 25 de Abril e que durou até aos dias de hoje. E que durará, na verdade, enquanto tivermos memória.

Como autor, ficarão álbuns incontornáveis da música portuguesa, como “Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades” (1971), “Margem de Certa Maneira” (1973), “FMI” (1982), “Correspondências” (1990) ou “Resistir é Vencer” (2004).

José Mário Branco foi uma figura ímpar da música de intervenção, da canção de Abril, tendo a sua música sido rica no recurso a vários géneros musicais, do cancioneiro popular à clássica, passando pelo rock, o jazz ou a música francesa.
Ficarão também na memória coletiva as suas colaborações com outras figuras maiores da música portuguesa, como José Afonso, Fausto Bordalo Dias, Sérgio Godinho, Manuela Azevedo ou Camané.

José Mário Branco nasceu no Porto, em 1942. Frequentou o curso de História na Universidade de Coimbra e, depois, no Porto. Antifascista, perseguido pela PIDE, a sua intervenção cívica empenhada e atividade política levaram-no ao exílio em França no tempo da ditadura (em 1963), onde, apesar da distância, nunca deixou de aspirar e lutar pelo fim do regime.

Regressou a Portugal em 1974, com a liberdade, para ajudar a construir um País mais justo, propósito que nunca deixou de o inquietar.

Hoje é um dia de enorme tristeza pessoal. À Família (nomeadamente aos filhos e netos) e aos muitos amigos, quero transmitir, em meu nome e em nome da Assembleia da República, a expressão do mais sentido pesar, assim como reconhecer a importância da obra que José Mário Branco deixou ao País, bem como o seu exemplo de inconformismo, coerência e rebeldia.

Eduardo Ferro Rodrigues
Presidente da Assembleia da República